A base matiz de seu trabalho é a condição do povo que sobrevive as
mazelas do capitalismo, bem como todo e qualquer sistema que enquadra e exclui
qualquer homem, mulher e criança e violam seus diretos naturais.
O período de produção do disco foi um ano e meio aproximadamente. As
inspirações estão atreladas a leitura que o artista faz sob as realidades que
estão consolidadas pelo mundo hoje, segundo o contexto em que o mesmo
vive, periferia da grande São Paulo, além
das inspirações, das lutas que outros personagens da historia travaram, nomes
como Zumbi dos Palmares, Clemetina de jesus, Gangazumba, Nzinga, Dandara, Lima
Barreto, Gregorio Bezerra, José do Patrocínio, Frederick Douglas, Harriettubman,
Nkruman, Amilcarcabral, Mandela, Stevebiko, Martin Luther King, Anastacia,
Tereza Batista, Rosalina Pereira e José Dias e as varias “Marias” e “Josés” que
compõe a base que sustenta toda a historia desse país e quiçá do mundo, ou
seja, os oprimidos.
O trabalho se diferencia, no que diz respeito à musicalidade, na escolha
dos samplers e a linguagem que o artista aborda. Todos os samplers são citações
de artistas negros importantes dentro da música universal, nomes como Barry
White, Teddy Pendergrass e vários outros. A linguagem por sua vez, propõe a
poesia concreta em seus versos, e aborda a “fala e voz” popular em sua
construção, como compreensão comum para a problematização dos temas. A produção
é essencialmente boom bap, um dos vários segmentos que a musica rap produziu.
Boom bap em inglês é uma onomatopeia, referencia que se faz ao toque básico de
um tambor, ou seja, boom – grave e bap – agudo- que remete ao caixa.
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